Coube ao desembargador Herbert Carneiro, presidente do Tribunal de Justiça mineiro, comandar por 96 horas um Estado à beira do colapso nas contas públicas. Carneiro se mudou provisoriamente para o Palácio da Liberdade porque o governador Fernando Pimentel (PT) viajou com o presidente da Assembleia para a Colômbia. E como governador interino, aproveitou para pressionar o secretário da Fazenda, naquele momento seu subordinado, para liberar dinheiro para o Judiciário.
Em gravação obtida pela Folha, ele disse em reunião com magistrados:
“Mas só Deus sabe as dificuldades que nós estamos enfrentando. E eu ouvi de alguns colegas: Basta fazer valer a constituição e basta fazer valer as leis e se coloca um ponto final nisso. Até nesse particular é preciso a gente ter um pouco de sabedoria, não só a sabedoria política, mas a sabedoria institucional de conversar. Eu tive nesse particular não só sondando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mas conversando com a ministra Carmen Lúcia sobre a nossa realidade e ela tem sido uma parceira incondicional minha em particular, dividindo comigo essa angústia e hoje eu tenho uma visão bem clara.”
Levantamento feito em agosto pelo jornal Estado de S. Paulo apontou que 97,5% dos magistrados mineiros receberam pagamentos acima do teto constitucional. Em novembro, o desembargador Herbert Carneiro recebeu um valor líquido de 64, 4 mil.
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22 de Novembro de 2017
