Claudia Wallin, de Estocolmo para a Rádio França Internacional
Em um julgamento histórico na Suécia, um homem de 41 anos foi condenado a dez anos de prisão por crime de estupro cometido na internet, após ter coagido 27 adolescentes na Grã-Bretanha, no Canadá e nos Estados Unidos a realizar atos sexuais diante de webcams.
O tribunal de Uppsala, cidade a cerca de 70 quilômetros da capital sueca, considerou o homem culpado de crimes sexuais cometidos entre 2015 e o início deste ano contra 26 meninas e um garoto – apesar de ele nunca ter encontrado suas vítimas pessoalmente, e de não ter estado sequer no mesmo continente que elas.
Pela lei sueca, o crime de estupro não precisa necessariamente envolver uma relação sexual física, e pode ser definido como um ato que represente grave violência de natureza sexual.
A fim de forçar as vítimas a realizar atos sexuais diante de webcams, enquanto ele as observava em seu computador na Suécia através de chats por vídeo, o homem ameaçou postar fotos delas em sites pornográficos. Segundo os promotores, ele chegou a dizer a elas que mataria seus pais.
O homem, que não teve sua identidade revelada pela imprensa sueca, foi condenado por 59 delitos de violência e abuso sexual – a maioria deles contra meninas de menos de 15 anos de idade.
Ele também foi condenado por posse de pornografia infantil, por ter gravado os atos sexuais praticados pelos menores de idade. O tribunal determinou ainda o pagamento de indenização às vítimas que puderam ser identificadas e solicitaram compensação, em um valor total equivalente a mais de 130 mil dólares.
A maior parte dos delitos praticados pelo homem foi classificada pelo tribunal como abuso e violência sexual contra crianças.
“Mas em alguns casos, os delitos cometidos representaram grave humilhação às vítimas, e devem portanto ser definidos como crime de estupro contra crianças”, determinou a juíza Karin Westerlund.
O condenado reconheceu a maioria das acusações durante o processo, embora tenha rejeitado a alegação de que se tratou de estupro. O advogado de defesa do sueco, Kronje Samuelsson, disse que ele deve recorrer da sentença.
1 de Dezembro de 2017