Suécia, o país onde deputados não têm assessores, dormem em quitinete e pagam pelo cafezinho

Claudia Wallin, de Estocolmo para a BBC News Brasil A frase que resume a ausência de privilégios dos parlamentares da Suécia é de Joakim Holm, um cidadão: ”Sou eu que pago os políticos”, me disse certa vez o sueco, em uma rua de Estocolmo. ”E não vejo razão alguma para dar a eles uma vida de luxo”.’

Para os deputados suecos do novo Parlamento, eleito em setembro passado, a realidade é a austeridade de sempre: gabinetes de até sete metros quadrados, apartamentos funcionais que chegam a ter 16 metros quadrados, e rígidos limites para o uso do dinheiro dos contribuintes no exercício da atividade parlamentar.

Benefícios extras concedidos a parlamentares no Brasil – como verbas para fretamento de aeronaves, aluguel e demais despesas de escritório político na base eleitoral; alimentação do parlamentar; contratação de secretária e entre 25 e 50 assessores particulares; ressarcimento de gastos com médicos; auxílio-creche pago por cada filho até os seis anos de idade; auxílio-mudança para se transferir para a capital; fundos para contratação de consultorias, assinatura de publicações e serviços de TV, além de divulgação de mandato – não são oferecidos a deputados suecos. E imunidade parlamentar é um conceito que não existe na Suécia.
Deputado Per-Arne Håkansson no bandejão do Parlamento
“Somos cidadãos comuns”, diz à BBC News Brasil o deputado Per-Arne Håkansson, do partido Social-Democrata, em seu gabinete no Parlamento sueco. “Não há sentido em conceder privilégios especiais a parlamentares, uma vez que nossa tarefa é representar os cidadãos e conhecer a realidade em que as pessoas vivem. Também pode-se dizer que é um privilégio em si representar os cidadãos, uma vez que temos a oportunidade de influenciar os rumos do país”, acrescenta Håkansson.
 

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