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Tem mais: no Senado, os parlamentares na ativa e aposentados não precisam pagar nem um centavo pelo resto da vida por um convênio sem nenhum limite de cobertura – o plano de saúde dos senadores é bancado exclusivamente por você, contribuinte. E você banca não apenas as despesas médicas dos senadores, como também de ex-senadores e dependentes como filhos, enteados e cônjuges. Após a morte do titular, o cônjuge continua usando a carteirinha.
O generoso plano de saúde 5 estrelas do Senado paga despesas que incluem implantação de próteses dentárias com ouro e até sessões de fonoaudiologia para melhorar a oratória e driblar a timidez. Alguns senadores chegam a gastar até R$ 70 mil por tratamento dentário – e muito mais por outros procedimentos médicos.
Um dos casos mais notórios ocorreu em 2010: o convênio do Senado bancou o transplante e a importação, direto da Alemanha, de um coração artificial para o senador Romeu Tuma (que viria a falecer em outubro daquele ano) ao custo de US$ 500 mil – o equivalente a R$ 1,6 milhão.
Na Câmara, deputados na ativa e deputados que se aposentam no cargo também têm direito a plano de saúde ilimitado: para isso, pagam apenas uma contribuição mensal de R$ 322.
E conforme reportagem da Gazeta do Povo, no dia 1.º de dezembro de 2016 – pouco depois da polêmica votação das 10 Medidas contra a Corrupção -, a Mesa Diretora da Casa publicou um ato elevando para 33 anos o limite de idade de dependentes do Programa de Assistência à Saúde da Câmara dos Deputados (Pró-Saúde).
Até então, podiam constar como dependentes do plano filhos com no máximo 25 anos, que comprovassem que estavam estudando. O Ato nº 125 ampliou a idade para 33 anos e tirou a exigência de estudo. Há apenas uma contribuição mensal que varia de R$ 305, dos 21 aos 23 anos, a R$ 423, dos 29 aos 33 anos.
E enquanto Michel Temer Michel Temer voltou na quinta-feira ao 5 estrelas Hospital Sírio-Libanês para passar por exames e consultas que avaliarão seu estado de saúde após duas cirurgias urológicas realizadas em 2017, conforme reportagem da BBC Brasil, oito mil cidadãos esperam na fila do SUS por uma cirurgia de próstata: o sergipano Raimundo Oliveira, de 69 anos, que conta ter esperado dez anos pela cirurgia.
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Da BBC Brasil:
Fila no SUS para cirurgia na próstata como a de Temer tem mais de 8 mil pedidos
O presidente Michel Temer voltou nesta quinta-feira ao Hospital Sírio-Libanês para passar por exames e consultas que avaliarão seu estado de saúde após duas cirurgias urológicas realizadas em 2017. Segundo seus médicos, os problemas de saúde pelo qual o presidente passou no ano passado são esperados em sua idade – ele tem 77 anos.
A hiperplasia prostática benigna (HPB) condição com a qual Temer foi diagnosticado em outubro, tem incidência de 90% entre homens com 85 anos, segundo a Associação Americana de Urologia – ainda que nem todos sofram com os sintomas tampouco com eventuais complicações do tratamento, que ocorreram no caso do titular do Planalto.
Mas, nas alas dos hospitais públicos brasileiros, tão comum quanto o diagnóstico da hiperplasia pode ser a dificuldade em obter o tratamento ideal em um prazo razoável. Que o diga o sergipano Raimundo Oliveira, de 69 anos, que conta ter esperado dez anos para se submeter à cirurgia que poderia resolver seu problema.
Em dezembro, ele finalmente deu fim à sua cruzada pela operação – que incluiu a passagem por quatro unidades de saúde e foi concluída no Centro de Referência para Saúde do Homem, abrigado no Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, na capital paulista.
“Não desejo para ninguém este sofrimento. Somente em um hospital, fiquei cinco anos na fila de espera. E a cada dia que passa, piora”, diz o sergipano, aposentado do setor metalúrgico e morador da capital paulista.
Leia a reportagem completa da BBC Brasil aqui
13 de Janeiro de 2017